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O órfão

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Desde criança ele aprendeu a ser adulto. A juventude fora um privilégio do qual não pôde se dar ao luxo de gozar. É sempre assim! Quando se é fruto de uma gravidez acidental, ganhar a vida não é uma escolha; é um fado. Negligenciado aos braços de sua jovem e irresponsável genitora, também perdera os daqueles que o acolheram. Aos 10 anos, órfão de mãe; aos 15 de pai. A morte foi sua companheira prematuramente, ignorando a inexperiência que o impedia de compreender em sua totalidade a força permanente e irreversível de tal. Conviveu num ambiente hostil e sem amor, e talvez por isso este sentimento confunda tanto a sua cabeça. Uma de suas irmãs fora praticamente obrigada a acolhê-lo; embora nunca o permitisse esquecer de que ele não era seu parente de fato. "O maior erro do mundo foi minha mãe e meu pai terem te pegado pra criar", clamava. Não é de surpreender que raramente parasse em casa. Nem sequer ousava chamar de lar. Não achava que fosse justo. Gostava de visitar os