A passageira ao lado
Ao contrário da maioria das pessoas ele sempre gostou de viajar em transportes coletivos. Não por alguma convicção anticapitalista, ambientalista ou quaisquer outro "ista" do tipo. Mas sim, pelas possibilidades. A certeza de que sempre haveria alguma novidade: pessoas diferentes, histórias diferentes, desconhecidos e todo o seu mundo a ser explorado o instigava profundamente. Era um curioso compulsivo. Sempre foi. Mas não do tipo intrometido. Daqueles que lhe salta os olhos a ideia de aprender algo, conhecer, absorver, unir à sua bagagem de vida. Uma data estava marcada. Uma nova jornada estava à vista. Por mais peregrino que as páginas da sua história o descrevessem, nunca havia ido tão longe. Coçava-se ao imaginar as possibilidades. Havia uma mulher. Sempre há. Com apenas um olhar de relance já detectou as suas características físicas mais chamativas: alta, pernas compridas, cabelos cacheados que certamente tocariam os seus quadris se estivessem molhados, boca p