Flisol 2015: o Ubuntu está realmente no lado negro da força?
Restam poucos dias para
a realização do Festival Latino-americano de Instalação de Software Livre (Flisol) 2015. Este ano, a edição do evento
que acontecerá no dia 25 de abril tem gerado uma polêmica que em
anos atrás seria difícil de imaginar.
Membros da – cada vez maior
– comunidade dos usuários de software livre
estão em “pé de guerra” contra uma das distribuições
baseadas em Linux mais populares no mundo.
O
festival que reúne anualmente usuários, entusiastas e simpatizantes
pelo sistema do pinguim, sempre foi conhecido por ser um símbolo da
luta dos pró-Linux contra o “império” do Windows®. Entretanto,
os “linuxistas” têm batalhado muito mais entre si, ultimamente, do que com o sistema das "janelas".
E essa batalha tem inimigo e tema definidos: Ubuntu: ele é realmente
um representante do software livre? Deve-se permitir a possibilidade de sua instalação no
Flisol?
De
uma forma bem pessoal, acho uma grande ingratidão cogitar tais
questões e restringir sua participação em um evento voltado para o
universo Linux.
Fui
apresentado e introduzido no ano de 2010 ao mundo do pinguim,
justamente pelo Ubuntu®. Na ocasião em que instalei, a distribuição
estava na sua versão 10.04 LTS, de codinome Lucid Linx (Lince
Lúcido, numa tradução livre). Ao contrário de outras variações
do Linux, ela tinha uma proposta bastante interessante para usuários
comuns: aliar a gratuidade e a segurança já conhecidas do sistema com
uma fácil usabilidade. Dispensando o conhecimento
aprofundado em informática para compilar e
executar programas de computador.
Tenho
certeza que assim como eu, tantos outros usuários viram no Ubuntu® o Morfeu apresentando a “pílula” que lhes
libertaria da Matrix Microsoft®. Esta distribuição, sem dúvida, ajudou
muito a popularizar e democratizar a utilização do Linux, e
torná-lo o que ele é hoje.
Atualmente
a distribuição idealizada pelo empresário sul-africano Mark Shuttleworth tem impactado positivamente em várias partes da esfera
social tecnológica, criando e promovendo produtos inovadores, como é o caso da versão móvel do sistema, lançada
recentemente em um celular fabricado pela empresa espanhola Bq. Além
disso, sua criação é base para vários outros “sabores” que são
desenvolvidos para nichos específicos: Edubuntu – voltado para
escolas, professores e estudantes; Ubuntu Kylin – voltado para a
população chinesa; além de várias outras versões oficiais e
não oficiais.
O
grande agente de repúdio da distribuição de Mark no Flisol seria a
existência de componentes proprietários no núcleo do sistema. Mas
se isso de fato fosse o problema, então deveria ser contestada a
participação de várias outras distribuições, como por exemplo, a
Fedora.
Outro
ponto levantado fervorosamente é a “lente” da Amazon®, presente nas versões mais recentes do Ubuntu® e que enviaria as informações
dos usuários para serem armazenadas nos servidores da empresa.
Porém, este recurso não é obrigatório e pode ser facilmente
desativado através das configurações locais.
Enfim, o coordenador nacional do evento, Thiago Paixão, comunicou que ficará a critério dos organizadores regionais decidirem pela permissão ou não da distribuição no Flisol 2015.
Eu, como usuário há 4 anos, muito satisfeito com o sistema, sua filosofia e tudo que ele representa, acredito que será uma grande ingratidão e injustiça por parte daqueles que optarem pela exclusão. Dado toda contribuição que o Ubuntu® proporcionou para o crescimento do Software Livre, não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro.
Eu, como usuário há 4 anos, muito satisfeito com o sistema, sua filosofia e tudo que ele representa, acredito que será uma grande ingratidão e injustiça por parte daqueles que optarem pela exclusão. Dado toda contribuição que o Ubuntu® proporcionou para o crescimento do Software Livre, não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro.
Para complementar compartilho abaixo um vídeo que levanta posições e argumentos muito pertinentes sobre a questão.
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