Uma cena escura e introspectiva, evocando uma profunda sensação de solidão. O cenário apresenta uma figura solitária parada na borda de uma vasta paisagem sombria. A figura é retratada com uma silhueta que se mistura à escuridão ao redor, simbolizando a sensação avassaladora de isolamento. O céu acima está nublado, com alguns raios de luz atravessando, sugerindo uma tênue sensação de esperança em meio ao desespero. Ao redor da figura, elementos como árvores nuas, pedras irregulares e um horizonte infinito enfatizam o tema da solidão. As cores são suaves, dominadas por tons de preto, cinza e azul profundo, com um sutil contraste de luz destacando o caminho da figura para a frente, sugerindo uma jornada pela solidão em direção à compreensão ou paz.
Eu vou, eu quero, espero, tolero, reitero.

Ninguém pensa como eu;
ninguém vê o que eu vejo.
Penso o impensável,
vejo o invisível.

É tão óbvio!

Emudeço-me aos barulhos do mundo;
ensurdeço-me nos silêncios da alma.
Calma, ressalva.

Calo-me!

Eu saio, retraio, distraio, contraio.
Recaio!

Ninguém está onde eu estou;
ninguém vai aonde eu vou.
Vagueio no intransponível;
mudo-me no imutável.
Permaneço no transitório.

Avante!

Minha paciência é testada;
minhas necessidades são negligenciadas.

Desejo; despejo; desdém.

Engulo, seco, espesso.

No passo, um tropeço.
No fim, um começo.
No vestir, o avesso.
Na alegria, entristeço.
Pereço!

Jamais!

Da dor, o alívio;
da loucura, o equilíbrio;
da luta, o martírio;
da escuridão, o brilho;
da memória, resquício.

Paz, delírio!

Reconto, aponto, reescrevo.
Sem medo, percebo.

Escolhido, encolhido;
dividido, subtraído.
Traído!

Amado, armado;
multiplicado, somado.
Sumido!

Pensamentos, aos montes!

No cume, a bandeira.
No sol, a peneira.
Na boca, a asneira.
Na jornada, a parceira.
Nas pernas, a canseira.

Cansado!

Ama, clama, reclama, conclama.
Sufoca a chama.

Atento no tormento,
me sustento em tempo lento.

Relento!

A negação, a dúvida, a certeza.

A vida, a dureza.

Não sabes o que tens;
contenta-te ao que convém.
Sucumbido noutrem.

No horizonte, caminho.
Um pássaro, sem ninho.
Uma flor, outro espinho.

Você, está sozinho?



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