O homem que conduz

Alfredo conduz seu carro; é o seu trabalho. Trabalha das cinco da manhã até as oito da noite. Alguns dias, volta pra casa às dez ou onze da noite e está cansado. Mas gosta de conduzir seu carro. No seu veículo, escuta sobre os momentos e os dias dos seus passageiros - as pessoas para quem conduz.

No seu carro, Alfredo escuta ao rádio, e quando faz calor afora, com as janelas abertas, escuta à cidade. Agrada-lhe escutar aos seus passageiros quando está no seu carro. São todos diferentes, com diferentes histórias, batalhas, objetivos, conflitos, cidades, às vezes até países.

Na semana passada, Alfredo levou um homem à peça teatral do seu filho. O homem lhe deu uma gorjeta a mais por conduzi-lo a tempo.

Na segunda-feira, levou uma mulher ao aeroporto onde ela abraçou a um velho amigo da universidade.

Esta manhã, levou uma mulher e um homem ao hospital porque a mulher ia ter um bebê. Alfredo lhes contou sobre o dia quando ele e sua mulher, Mariana, voltaram de táxi do hospital.

Agora são oito da noite e Alfredo vai para casa. Sua mulher e seus dois filhos o esperam para comer. Na mesa, a família fala de seu dia: o dia de Alfredo no seu carro, o dia da sua mulher no escritório e o dia dos seus filhos na escola. Estes são os minutos e as horas que mais agradam a Alfredo.

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